Além de possibilitar a redução do uso de agrotóxicos, o controle biológico pode agregar valor ao produto final por também atender a demanda de um nicho de mercado
Texto original: Globo Rural
Adaptação: Marluce Corrêa Ribeiro
É cada vez maior o número de agricultores que adotam o controle biológico de pragas e doenças nas lavouras do Brasil. Essa tecnologia reduz o consumo de agrotóxicos.
Torna-se cada vez mais comum, por exemplo, o uso de drones para liberação de Trichograma, que é uma microvespa que ataca os ovos da broca da cana (Diatrea saccharalis). A recomendação é de que cerca de 50 mil ovos a microvespa sejam liberados por hectare.
No chamado “controle biológico”, organismos vivos são usados para diminuir a população de uma determinada praga. E é um mercado que não para de crescer, de acordo com a associação que representa as fabricantes do setor.
“O crescimento do controle biológico no Brasil é bastante evidente, quando comparamos o resultado do último ano agrícola, que foi cerca de R$ 464 milhões. Nós tivemos um crescimento de 77% frente a R$ 262 milhões na safra anterior”, diz o diretor da Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCBio), Marcelo Poletti.
O controle biológico na prática
Outro exemplo de controle biológico é uso de organismos vivos contra mosca-branca (Bemisia tabaci), broca do café (Hypothenemus hampei) e vários fungos. Diversas empresas chegaram no Brasil e produzem fungos utilizando arroz processado como meio de cultura para esses organismos protetores da lavoura.
Após o crescimento e maturação do fungo em ambiente controlado, na superfície do arroz, o fungo é retirado e transformado no produto final. Depois de secos, os organismos são processados e chegam ao produtor na forma líquida ou em pó. No campo, são aplicados da mesma forma que qualquer defensivo químico.
O mercado dos biológicos
O mercado de controle biológico ainda é pequeno no Brasil, se comparado ao mercado agrícola disponível, mostrando o potencial de crescimento desse setor.
Os produtos biológicos apresentam vantagens na aplicação e manuseio, que oferecem maior segurança ao aplicador e custo semelhante ao do produto químico. O fato do produto biológico não prejudicar o meio ambiente, chama atenção de consumidores que buscam por produtos mais saudáveis, agregando valor ao produto final.
Nos últimos 10 anos, foram registrados cerca de 240 produtos biológicos para uso agrícola no Brasil. Em todo o mundo, a expectativa é que o controle biológico na agricultura movimente US$ 5 bilhões em 2020.
Reportagem original: Helen Sacconi – Globo Rural
Adaptado por: Marluce Corrêa
1 comentário
Pingback: Lançamento Intacta 2 Xtend® possibilita ao produtor um manejo inteligente da soja