Tudo aquilo que nos inspira verdadeiramente tem a capacidade de promover mudanças genuínas dentro de nós. Seja você mulher ou homem, provavelmente, você se sentiu inspirado pela história de alguma mulher. E não há como negar: o agro é bem melhor com a presença das mulheres
Hoje, você será convidado a se inspirar com a Amanda e vivenciar seu relato de vida muito inspirador, com diversas emoções e surpresas ao longo da jornada.
Amanda Massaneira de Souza Schuntzemberger nasceu em Curitiba, capital do Paraná, mas, atualmente, mora em Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Desde 2010, Amanda é professora universitária e leciona disciplinas na área de economia e administração rural. Amanda é casada com Claudio Valenga e mãe da Verônica, uma menina adorável de quase 4 anos que de vez em quando diz: “a mamãe é veterinária de estudar e eu quero ser veterinária de cuidar”!
Amanda é médica veterinária, mestre em Ciências Veterinárias, doutora em Desenvolvimento Econômico e professora universitária. Segundo ela, essas palavras a definem profissionalmente, já as palavras determinada, intensa, apaixonada pela agropecuária, por administração, economia e empreendedorismo rural, e pela possibilidade de compartilhar conhecimento, definem sua essência.
Contando um pouco sobre suas origens, Amanda comenta que a sua família não é rural: seus pais, avós e bisavós não tinham ou têm sítio ou fazenda, e ela relembra que seu contato com o campo se restringia a alguns dias das férias que passava na casa de amigos da família no interior de Santa Catarina. Sobre sua infância, Amanda diz que quando era criança tinha medo de vaca, mas que de cavalo ela ainda tem medo (risos). Entretanto, ela brinca e comenta que não conta esses detalhes para quase ninguém.
Quando criança, Amanda relembra que não queria ser professora. Desde muito nova, ela já sabia o que queria. “Eu era incisiva em dizer que eu seria veterinária e trabalharia com clínica de felinos. Eu tinha uns 7 anos quando planejei esse futuro. Persisti no plano e com quase 19 anos entrei na Universidade Federal do Paraná (UFPR) para cursar Medicina Veterinária.”
Em 2003, ao longo de seu primeiro ano da faculdade, Amanda conta que percebeu o quanto gostava de compartilhar o que ela havia aprendido com seus colegas de turma enquanto estudava para as provas. Segundo ela, em seu terceiro ano do curso, Amanda se encantou pela área de Economia e Administração Rural e colocou na cabeça que era com isso que iria trabalhar. Ali, naquele momento de encanto, ela descobriu que queria ser professora! Aos 21 anos ela pivotou: o plano era ser professora na área de economia e administração rural.
Em 2007 Amanda concluiu a graduação e, no ano seguinte, ingressou no mestrado em Ciências Veterinárias. Durante o mestrado, Amanda teve a oportunidade de ajudar a fundar o Laboratório de Pesquisas em Bovinocultura (LAPBOV/UFPR), local onde atuou, sobretudo, com a área econômica da pecuária, até ingressar no doutorado em Desenvolvimento Econômico no ano de 2012. De 2010 a 2013, Amanda conta que teve a sua primeira experiência como professora na área de economia e administração rural.
Em 2016, após concluir o doutorado, Amanda ingressou como professora colaboradora na Universidade Estadual de Londrina (UEL), onde ficou até o início de 2020. Lá, ela trabalhou com ensino, pesquisa, extensão e foi coordenadora do Grupo de Estudos em Economia Rural e Administração (GERA). Ao longo desse período, ela também atuou como voluntária na Redfoot Community e na Agro Valley Londrina. Em 2020, Amanda se mudou para Balneário Camboriú e, desde 2021, é docente do curso de Medicina Veterinária da UNIAVAN.
Desde 2010 Amanda dá aulas sobre economia e administração rural na graduação e na pós-graduação. Além disso, ela ministra cursos e treinamentos em empresas e cooperativas.
Mais de 30 anos se passaram desde que Amanda decidiu ser médica veterinária. E ela afirma que tem gente que não acredita que ela não se sinta menos médica veterinária porque atua com economia e administração rural ou porque é professora…
“Sou nascida e criada na cidade grande, mas eu sou do agro, e eu vivo o agro todo santo dia.”
No final do terceiro ano da graduação, no período de férias, Amanda menciona sobre um estágio que fez em piscicultura. No primeiro dia, ela diz que escutou do gerente da propriedade, que ela não seria capaz de fazer algumas coisas no estágio pelo fato de ser mulher. Ao ouvir “Você sabe que, diferente dos meninos, vai ter coisas aqui que você não vai conseguir fazer, né?”, ela respondeu: “vou poder ao menos tentar?”. Amanda relembra que essa foi apenas uma das vezes em que teve que provar que poderia ser capaz.
Emocionada, Amanda diz que por muito tempo no meio rural o trabalho feminino foi considerado como secundário e complementar às atividades desenvolvidas pelos homens, mesmo quando as mulheres desenvolviam atividades semelhantes. Segundo um dado do Censo Agropecuário 2017, as mulheres estão à frente de 18,6% dos estabelecimentos agropecuários brasileiros. Em 2006, eram 12,7%. Cheia de esperança e otimismo, Amanda diz que com muita luta, as mulheres estão ocupando espaços de liderança, empreendendo, realizando mudanças e superando desafios. Para finalizar, ela deixa seu recado: Nós somos capazes!
“Eu sou mulher, médica veterinária e atuo numa área predominantemente masculina em que poucos são médicos veterinários. Ou seja, eu passo longe do senso comum. Eu já tive que provar que eu sou capaz diversas vezes. Eu já perdi as contas de quantos nãos eu já recebi. Mas a minha principal característica é a determinação!”.
Amanda fará parte do time de palestrantes no Espaço Agromulher na ExpoLondrina, que começa HOJE, no Paraná! A presença da Agromulher na feira será no dia 7 de abril e lá teremos 5 palestras + mesa redonda, e o tema abordado pela Amanda será “Gestão de Custos nas Propriedades Rurais“.
As inscrições para o Espaço Agromulher são gratuitas e vão somente até as 12 horas do dia 04/04, próxima segunda-feira. VAGAS LIMITADAS!
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