Num cenário de valorização da mulher no mercado, essas mulheres têm se sentido cada vez mais fortalecidas, reconhecidas e valorizadas
É para mostrar essa força feminina no agro que criamos o quadro “Cultivando mulheres inspiradoras”. Esse quadro de entrevistas trará histórias de superação de grandes mulheres do agro, com todos seus desafios e oportunidades.
Hoje em nossa entrevista, trazemos a história da publicitária e Head de Marketing Regional na Agrofy, Nadege Saad.
Nadege é publicitária por formação, tem MSc em Estratégia pela LSE, e formação pelo programa executivo da Columbia Business School.
Iniciou sua carreira em multinacionais de bens de consumo, e como entusiasta do Agro, vem se dedicando desde 2010 à construção e desenvolvimento de marcas protagonistas, tendo atuado em grandes companhias deste setor.
A história da publicitária no agro começou, de fato, 10 anos atrás, quando surgiu uma oportunidade de trabalho em uma da maiores companhias do Agro, referência em Biotecnologia. “Como tenho um perfil de querer construir desde o início e gosto de inovação e de enfrentar os riscos, aceitei o desafio. Acabei me encantando pelo agro, pelas oportunidades, pelas peculiaridades e especialmente pelas pessoas que fazem esse negócio acontecer. Há 10 anos faço marketing agrícola, e tenho muito orgulho de ter seguido esse caminho”, relata Nadege.
Segundo ela, quando ingressou nesse mercado, o agro não era tão falado, não havia uma conscientização tão grande sobre a importância do agro como muitas pessoas já têm hoje. A publicitária que conhecia pouco sobre o agro, aceitou um desafio e foi trabalhar numa empresa de biotecnologia justamente em uma época em que o agro começou a entender a necessidade da construção de marcas.
“Acredito que o agro tem tantas oportunidades e pessoas tão cativantes. A agricultura é cativante. O agricultor é um personagem superinteressante. E construir marcas no agro é um superdesafio”, conta a publicitária.
Desafios e oportunidades
Nadege, como muitas outras mulheres que ingressaram e ingressam todos os dias no agro, desbravou o ambiente novo do agronegócio, apesar de não ser uma profissional tradicional das agrárias e, destemida, desafiou e desafia aquilo que era e o que é novo, deixando clara uma postura tipicamente feminina: a bravura e a resiliência.
“Acredito que meu grande desafio foi também a minha grande oportunidade. Quando ingressei no agro, as pessoas não conheciam muito de Branding e Marketing no Agronegócio. Existia uma abordagem muito mais técnica e científica, sem as metodologias tradicionais, que hoje são parte do dia a dia dos planejamentos das empresas. Fora, é claro, a desconfiança com o novo, falada por alguém que não vinha do agro, e ainda por cima mulher. Já ouvi muitas vezes coisas do tipo: “tal estratégia não funciona para o agricultor”. Hoje essas estratégias que “não funcionavam” para os mais tradicionais, fizeram o caminho de sucesso de muitas marcas por aí, pelas mãos do marketing mais metodológico”, declara a Head de Marketing Regional da Agrofy.
Na Agrofy, empresa onde atua hoje, Nadege trabalha para aproximar o agricultor da compra pela internet, uma vez que, segundo ela, grande parte desses produtores já está acostumada com outras tecnologias. É chegada a hora de ofertar também ao produtor uma tecnologia que proporciona algo prático e usual.
Ser mulher no agro
Nadege conta que acompanhou de perto a mudança de cenário no que diz respeito a presença da mulher no agro. “Quando iniciei a carreira no agro, foi uma época em que as grandes companhias começaram a falar de diversidade de gênero. Participei de perto desse momento em que havia menos 10% de mulheres em funções de campo, até que chegamos à realidade que vemos hoje. Acredito que a mudança na forma como as mulheres são vistas, seja em posições de campo ou em posições de alta liderança também mudou significativamente”.
“Hoje temos muito mais protagonismo e conquistamos um espaço importante em um meio que ainda é muito masculino”, pontua.
A publicitária conta que já chegou a ouvir de gestores de vendas que “não contratavam mulheres para campo, porque as mulheres rendiam menos”. “Acredito que hoje, esse é o tipo de coisa que se escuta cada vez menos, e a mulher crescentemente demonstra seu valor, inclusive em cargos de alta liderança”, declara.
E nessa frente de trabalho inovadora, em um mercado onde as mulheres conquistam cada vez mais espaço, Nadege pontua 3 recados para as agromulheres e tantas mulheres também de outras áreas que são desafiadas todos os dias:
- “Acredite nos seus sonhos e acredite nos seus objetivos. Tudo que você pensa e quer para você é extremamente valioso. Acredite nisso! Reconheça e desenvolva os talentos que você tem, e que lutou para construir. O Agro precisa do empoderamento feminino”.
- “Não se intimide com críticas que possam vir por você ser mulher. Acredite em você, acredite nas habilidades que você tem, acredite que você é uma liderança inspiradora para o lugar onde você está. Saiba filtrar o que você deve levar para o seu desenvolvimento e o que não deve. Não se intimide em expor seus pontos de vista e opiniões, caso ainda esteja em ambientes menos abertos à participação feminina”
“Apoie outras mulheres e ajude a empoderar outras mulheres. Sororidade é o que a gente precisa.
- Acredito que o mercado cada vez mais tem buscado profissionais que tenham grande capacidade de autogestão; o conhecimento técnico, que no nosso mercado é fundamental; e profissionais que tenham capacidade e flexibilidade para transformação, que pensem à frente, já que nosso setor evolui cada vez mais rápido”.
A história da Nadege é a primeira de muitas histórias inspiradoras que vamos cultivar por aqui. Acompanhe nosso quadro e se inspire com a gente e com essas grandes agromulheres!